Mais de 60 dias depois da mudança, colegas da FASE sofrem com falta de estrutura

Por Imprensa SEMAPI

Limitação de atividades por falta de espaço, dificuldades de atendimento em saúde e tensão constante, com ameaças e brigas eclodindo frequentemente. Este é o cenário que trabalhadores e trabalhadoras da FASE enfrentam mais de dois meses depois da mudança do Centro de Internação Provisória Carlos Santos (CIPCS) e do CASE POA 2 para as dependências do CASE Padre Cacique, na capital.

Relatório realizado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA) da unidade CIPCS e encaminhado à gestão detalha os problemas de estrutura e o efeito que têm no dia a dia do trabalho na unidade. “Vivenciamos atualmente com precariedade do espaço físico e ao mesmo tempo aumento de quase 50% da população (de 18 socioeducandos no CIP/CS para 32 no 3° andar do PC), o que exige maior esforço e estratégias diversas para gerir e garantir a segurança dos socioeducandos e trabalhadores. O que impacta também na execução do programa socioeducativo, o limitando, empobrecendo”, afirma o documento. Para se ter uma ideia, o local tem um chuveiro para cada 10 socioeducandos – mesma proporção para vasos sanitários –, o espaço da escola não oferece banheiros e a enfermaria é dividida por biombos, o que impede a necessária privacidade nos atendimentos. O refeitório para trabalhadores e trabalhadoras não possui porta ou grade de proteção, impedindo colegas de realizar as refeições de forma privada e colocando todos em risco, uma vez que socioeducandos podem ter acesso ao local com facilidade – e também a objetos perfurocortantes que estejam ali.

 

Situação no POA 2

Na unidade CASE POA 2, a situação não é melhor. Relatos dão conta de que a estrutura desfavorece trabalho. O espaço físico não propicia a devida separação dos socioeducandos, o que implica ameaças constantes, além de brigas e situações graves, em que tanto jovens quanto trabalhadores acabam machucados.

Além disso, o acesso ao banheiro para colegas é dificultado, não há local de descanso nem atendimentos para socioeducandos. Pela distribuição espacial do local, as equipes reduzidas têm dificuldade de atuar, necessitando mais colegas fixos.

 

Entenda

No início de julho, a FASE comunicou a trabalhadores e trabalhadoras algumas mudanças em sua estrutura física. Dentre as medidas, está a migração de equipe e socioeducandos do Centro de Internação Provisória Carlos Santos (CIPCS) para o CASE Padre Cacique. Com isto, o Sindicato procurou a Justiça para garantir condições apropriadas de trabalho nas unidades.

Em audiência no início de agosto, além de terminar as adequações em poucos dias, a gestão se comprometeu formalmente, ainda, a reformar a área do CASE Padre Cacique já em uso, o que não ocorreu. O SEMAPI segue pressionando a gestão da FASE para que resolva os problemas, nomeie mais trabalhadores e garanta condições para que este tão importante serviço de ESTADO que é a socioeducação seja realizado com excelência. Nosso trabalho tem valor!