De Zumbi à atualidade: a importância do 20 de novembro

Por Imprensa SEMAPI

Por Luciana de Oliveira, diretora colegiada do SEMAPI

Zumbi dos Palmares foi um líder quilombola conhecido por sua luta contra a escravidão e pela defesa da liberdade dos pretos no Brasil colonial. Figura emblemática na resistência à opressão e na busca por autonomia, liderou o Quilombo de Palmares, um dos maiores e mais importantes da época, e se tornou um símbolo da luta pelos direitos dos afrodescendentes. O dia 20 de novembro é uma homenagem não apenas à memória de Zumbi, como também à luta, à resistência e à afirmação da identidade afrobrasileira.

Neste ano, pela primeira vez, o 20 de Novembro será feriado nacional, elevando seu status e destacando a necessidade de valorização da cultura afrobrasileira, promoção da igualdade racial e conscientização sobre as injustiças históricas que ainda impactam o povo preto. É um momento para celebrar as contribuições dos afrodescendentes na cultura brasileira e para discutir questões relacionadas ao racismo, à desigualdade e à busca por justiça social.

Apesar da importância da data, há diversos desafios que ainda precisam ser enfrentados. O racismo estrutural, enraizado nas instituições sociais e, por consequência, nas politicas econômicas, ainda afeta a vida de milhões de brasileiros negros, impondo barreiras de acesso a direitos como educação, saúde e emprego. A disparidade econômica entre brancos e negros, que persiste, faz com que a população negra frequentemente enfrente maiores índices de pobreza e desemprego.

Também é preciso enfrentar a violência contra pretos e pretas, que é alarmante, com altos índices de homicídios entre jovens negros, o que revela uma desigualdade brutal em relação à segurança pública; a falta de representatividade em posições de poder e espaços de decisão, limitando a diversidade nas esferas políticas, econômicas e culturais; a falta de inclusão da história e da cultura afrobrasileira nos currículos escolares, um obstáculo para a falta de conscientização e valorização da identidade preta; a empregabilidade da população negra, que, de modo geral, se restringe a posições sem representatividade e, consequentemente, com pequenos salários. Sem falar na intolerância religiosa com as práticas de matriz africana e no racismo ambiental, que leva o povo preto a ser o mais atingido pelas catástrofes climáticas.

Na luta por igualdade e justiça, nosso coração é preto, e nossa voz ecoa como a de Zumbi. Seguiremos firmes na busca por direitos e dignidade de todos e todas!