DESCASO! Governo volta atrás na própria palavra e invalida trabalho da Comissão Paritária sobre relotação na FPE

Contrariando a própria palavra e numa atitude antidemocrática, o governo do Estado e a gestão da FPE pressionam trabalhadores e trabalhadoras da Fundação a aceitar uma nova redação sobre as cláusulas que regem a relotação de colegas. A versão desconsidera o trabalho de uma comissão paritária – formada por membros da própria direção da entidade e do SEMAPI –, e precariza os critérios para as transferências.

Chama a atenção que, no documento ajustado pelo GAE, grande parte dos “ajustes” propostos visa a supressão de critérios de desempate – já tratados pela comissão paritária –, além de cláusulas de responsabilização de setores da FPE por partes do processo. Sem contar “pequenos detalhes” que foram alterados, divergindo da proposta original da comissão em quase todo o texto.

Frente a esta atitude autoritária, resta se perguntar qual o valor da palavra do governo do Estado – uma vez que a nova gestão apenas ignorou a negociação com o SEMAPI e refez o trabalho sem ao menos consultar o Sindicato. Se houve continuidade do programa de governo com a reeleição, qual a mudança que poderia justificar decisão tão arbitrária?

Entenda

Em 2019, o governo propôs a retirada da estabilidade de local de trabalho para trabalhadores e trabalhadoras da FPE. Na ocasião, se criou uma comissão que estabeleceria critérios para regular a relotação, na busca por um processo mais justo. A primeira versão das regras não alcançou plenamente os objetivos, levando o SEMAPI a negociar com o executivo, em 2020/2021, a revisão das mesmas, com a formação de uma nova comissão paritária, com membros da gestão e do Sindicato – escolhidos em assembleia geral extraordinária.

Ao final do trabalho, a comissão entregou o texto com novos critérios, e a gestão segurou o documento por cerca de um ano, sem sequer avaliar. Quando finalmente a presidência retornou o texto à comissão, havia modificado todos os critérios, invalidando um trabalho sério construído democraticamente. O SEMAPI seguirá lutando por respeito aos direitos de colegas da Fundação. Nosso trabalho – e nossa palavra – tem valor!