CCs na FPE: gestões comissionadas deixam colegas e acolhidos à própria sorte

Por Imprensa SEMAPI

Falta de conhecimento acerca das competências do trabalho, mais ausência que presença e foco em marketing em vez de nas crianças e nos adolescentes acolhidos. Estas são algumas das inúmeras denúncias que trabalhadores e trabalhadoras da FPE têm trazido ao SEMAPI sobre a (falta de) atuação da gestão dos abrigos residenciais – em sua esmagadora maioria, formada por cargos comissionados (ccs).

De acordo com os relatos, além de não comparecer diariamente ao trabalho, tanto a maioria dos diretores de abrigos quanto seus assistentes desconhecem os requisitos e as incumbências dos cargos que ocupam, se preocupando mais com divulgações institucionais para o governo do que com o dia a dia das casas. De acordo com colegas, o que se vê são chefias de equipe sobrecarregadas pela ausência das direções, bem como equipes técnicas, agentes educadores e equipe de apoio. “As direções nem sabem quem são as crianças e os adolescentes que estão nas suas casas”, relata uma denúncia. Por desconhecerem o trabalho, estes CCs acabam reféns de um discurso punitivo como forma de “evitar sindicâncias”, abrindo mão do diálogo para que os fluxos necessários sejam seguidos – e o trabalho, realizado.

É importante lembrar que os diretores dos NAR e seus assistentes são os responsáveis legais – também chamados guardiões – de crianças e adolescentes lá acolhidos, além de responderem por toda a organização da estrutura e da logística de cada casa. Se raramente aparecem, não é de se estranhar que as dificuldades de colegas CONCURSADOS estejam aumentando, sem respaldo algum de quem deveria ajudar.

Como CCs são indicações do governo do Estado, é preciso que tanto o governador Eduardo Leite quanto o secretário Beto Fantinel precisam assumir a responsabilidade por seu desempenho, fiscalizando o trabalho que realizam (ou deixam de realizar). O SEMAPI está investigando as denúncias e irá retomar o assunto com a direção da FPE para apurar fatos e tomar as medidas necessárias. O acolhimento institucional é um dos serviços DE ESTADO mais delicados prestados à sociedade gaúcha, e merece ser tratado como prioridade. Nosso trabalho tem valor!